Apresentação do Projeto “Erradicação, Controlo e Prevenção da Espécie Invasora Aquática Ludwigia grandiflora”
O primeiro, em Portugal, a abordar com profundidade e continuidade, o controlo e a erradicação desta espécie
No dia 19 de novembro, às 11h00, terá lugar a apresentação do Projeto “Erradicação, Controlo e Prevenção da Espécie Invasora Aquática Ludwigia grandiflora”, na Estação de Tratamento de Água de Póvoa e Meadas, Castelo de Vide, Portalegre.
A Águas do Vale do Tejo, enquanto entidade responsável pelo abastecimento distribuidora de água em alta na região, ao tomar conhecimento da presença da espécie na albufeira de Póvoa e Meadas, local de captação, tomou a iniciativa de fazer um levantamento dos locais afetados, já que a Ludwigia grandiflora representa um risco para o ambiente e para a qualidade da água.
Assim, em parceria com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, deu início a um Projeto cofinanciado pelo Fundo Ambiental, revestido de particular importância na medida em que constitui a primeira abordagem estruturada, em Portugal, visando a erradicação da espécie em apreço com esta dimensão e profundidade.
A Ludwigia grandiflora apresenta uma notável capacidade de colonização e propagação, constituindo uma ameaça significativa para os ecossistemas aquáticos onde se instala, alterando as suas condições físico-químicas e, consequentemente, influenciando negativamente as comunidades vegetais autóctones, tanto submersas como flutuantes.
O sucesso deste projeto contribuirá para a prevenção da dispersão de Ludwigia grandiflora para jusante, evitando impactos negativos na Ribeira de Nisa e, potencialmente, no Rio Tejo, e para a melhoria do estado ecológico da Albufeira de Póvoa e Meadas, alinhando-se com os objetivos ambientais estabelecidos pela Diretiva Quadro da Água/Lei da Água, e, por conseguinte, com os objetivos nacionais e europeus em matéria de gestão dos recursos hídricos.
O projeto desenvolve-se em três fases:
· Fase 1: Remoção e transporte da Ludwigia grandiflora, induzindo um estado de stress hídrico que resultará na sua morte, e instalação de barreiras de contenção flutuantes em locais estratégicos com o objetivo de mitigar a dispersão desta espécie para outras zonas da Albufeira.
· Fase 2: Restauração das áreas intervencionadas com a transplantação de espécies autóctones presentes na Albufeira.
· Fase 3: Realização de ações de sensibilização e colocação de painéis informativos e interpretativos sobre a flora local e as espécies invasoras.
Apesar deste projeto ter contribuído para a remoção quase integral da espécie invasora na Albufeira de Póvoa e Meadas, é expectável que possam permanecer no terreno pequenos fragmentos que poderão contribuir para o reaparecimento da espécie. Estes fragmentos encontram-se entre as rochas ou nas margens da Albufeira, confundindo-se com a vegetação existente no local. Só serão visíveis na primavera, momento em que esta espécie começa a florescer, mesmo em pequenos fragmentos.
Assim, será necessário realizar uma ação de monitorização e controlo na primavera de 2025, com o objetivo de mapear geograficamente a espécie e remover por completo todos os vestígios da mesma. Anualmente deverão realizar-se outras ações semelhantes, até a espécie invasora não ser detetada por dois anos consecutivos, com o objetivo de garantir a sua erradicação.
Dado que a presença de Ludwigia grandiflora em Portugal é relativamente recente, considera-se prudente a monitorização e avaliação da sua presença em outras albufeiras utilizadas pela EPAL/AdVT para captação de água para consumo humano. A remoção e controlo destas espécies invasoras, aliados a ações de restauração ecológica, são essenciais para manter a integridade dos ecossistemas e garantir a qualidade das massas de água.
Mais informação em: Projeto_Ludwigia_Grandiflora.pdf